domingo, 22 de setembro de 2013

O Grande Mandamento Mt 22:34-40 Mc 12:28-34 Lc 10:25-37

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês?
E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.
E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás.
Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.
E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo.
Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão;
E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;
E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu te pagarei quando voltar.
Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.(Lucas 10:25-37)
 
 
 
 

 
 
 
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 Neste Pod Amar vamos refletir sobre um dos pilares do ensino do nosso Salvador Jesus de Nazaré. Pois nos revelou o Messias divino que é através da lei do Amor que nos chegamos a Deus. Nos 3 evangelhos sinóticos lemos que Cristo Jesus em discursão com fariseus nos afirma que devemos Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a se mesmo. Mas no evangelho de Lucas vemos uma discursão mais profunda, porque o Doutor da Lei pergunta ao amado Mestre o que fazer para herdar a vida eterna. Tentava o fariseu iniciar um discursão sobre a interpretação da Lei e assim poder acusar o Cristo como pregador contra Moisés e seus mandamentos, podendo assim desmoralizá-lo e acusa-lo de blasfêmia, mas Jesus sabendo a intenção do religioso responde devolvendo com 2 outras perguntas : ´´que diz a Lei?`` e ´´como a lês?`` Dessa forma quem queria testar passa a ser testado. Mas o Doutor era um homem muito inteligente e instruído, pois responde resumindo 1500 anos de discursões religiosos entre os sábios Judeus  desde Moisés ao Cristo em 2 versículos: Deuteronômio 6:5 e Levítico 19:18. Jesus concorda com a resposta e diz-lhe:  ´´Respondeste bem; faze isso, e viverás.`` A tentativa de testar Jesus falhara, o doutor da lei foi derrotado muito facilmente, por isso ele tenta novamente iniciar uma discursão com o Cristo com a pergunta:´´quem é o meu próximo?`` Qual doutrina Jesus defenderia? Sabe-se  pela tradição oral da interpretação da Torah discutida por gerações de sábios rabinos e que foi escrito no Talmud, que nesta época haviam 2 escolas de Tanaim(mestres da lei que formavam novos mestres, taná em aramaico significa ´´aquele que estuda``). Essas escolas eram as de Hillel, o ancião( Bet Hillel) e Shamai( Bet Shamai), que divergiam na interpretação das escrituras sagradas, já que Shamai defendia uma interpretação mais rigorosa e retrita da lei, enquanto Hillel era mais liberal na interpretação. Portanto para Shamai era considerado próximo apenas os indivíduos da mesma família, da mesma seita e da mesma nação(raça). Já para Hillel ele considerava toda a humanidade criados por Deus e vindo da mesma descendência, por isso todos deviam ser considerados como próximo ou irmão. Era essa a discursão que o doutor da lei queria provocar, qual escola Jesus iria defender? Mas o Cristo não era de discursões teóricas e parte para um exemplo prático contando a parábola do bom samaritano. Nesta estória vemos um homem que vinha de Jerusalém até Jericó, uma estrada conhecida na época como muito perigosa. Neste ambiente o viajante cai na mão de assaltantes , é despojado de seus bens e roupa, muito agredido, e deixado desacordado quase morto na estrada. Mas porque Cristo Jesus entra em tantos detalhes sobre o que aconteceu e como ficou o homem. Sabemos que na Palestina do 1º século as várias comunidades que habitavam esta região eram identificadas pelas roupas que usavam, pelas características raciais, e pela língua que falavam, mas o viajante foi roubado e levaram suas roupas, foi agredido com grande violência ficando ensanguentado e desfigurado, e deixado quase morto e desacordado, portanto irmãos, não dava para saber quem era esse homem , sua nação ou religião, Jesus no início da estória também não o identificou, por isso não da pra saber, a única coisa que o mestre quer nos passar é que era um ser humano com grande necessidade. Daí passam pela estrada dois religiosos, um sacerdote e um levita, mas ambos não socorrem o ferido e passam de largo. Estes religiosos conheciam os mandamentos de ajudar o semelhante, mas também sabiam da proibição mosaica de entrar em contato com os mortos e do difícil ritual que se teria que passar para se purificar novamente. Vemos esta ordenança em Números 19:11-22:
 
Aquele que tocar em algum morto, cadáver de algum homem, imundo será sete dias.
Ao terceiro dia se purificará com aquela água, e ao sétimo dia será limpo; mas, se ao terceiro dia se não purificar, não será limpo ao sétimo dia.
Todo aquele que tocar em algum morto, cadáver de algum homem, e não se purificar, contamina o tabernáculo do Senhor; e aquela pessoa será extirpada de Israel; porque a água da separação não foi espargida sobre ele, imundo será; está nele ainda a sua imundícia.
Esta é a lei, quando morrer algum homem em alguma tenda, todo aquele que entrar naquela tenda, e todo aquele que nela estiver, será imundo sete dias.
Também todo o vaso aberto, sobre o qual não houver pano atado, será imundo.
E todo aquele que sobre a face do campo tocar em alguém que for morto pela espada, ou em outro morto ou nos ossos de algum homem, ou numa sepultura, será imundo sete dias.
Para um imundo, pois, tomarão da cinza da queima da expiação, e sobre ela colocarão água corrente num vaso.
E um homem limpo tomará hissopo, e o molhará naquela água, e a espargirá sobre aquela tenda, e sobre todos os móveis, e sobre as pessoas que ali estiverem, como também sobre aquele que tocar os ossos, ou em alguém que foi morto, ou que faleceu, ou numa sepultura.
E o limpo ao terceiro e sétimo dia espargirá sobre o imundo; e ao sétimo dia o purificará; e lavará as suas vestes, e se banhará na água, e à tarde será limpo.
Porém o que for imundo, e se não purificar, do meio da congregação será ele extirpado; porquanto contaminou o santuário do Senhor; água de separação sobre ele não foi espargida; imundo é.
Isto lhes será por estatuto perpétuo; e o que espargir a água da separação lavará as suas vestes; e o que tocar a água da separação será imundo até à tarde,
E tudo o que tocar o imundo também será imundo; e a pessoa que o tocar será imunda até à tarde.(Números 19:11-22)
 
Vemos que até através das parábolas, Jesus chama a atenção para a religiosidade vazia e egoísta, que prefere as comodidades do mundo ao sacrifício de ajudar os outros. Até que passa pelo caminho, um samaritano e vê o homem ferido e compadece-se dele, e planeja como socorre-lo e põe  em prática banhando suas feridas com vinho e azeite, passando ataduras e levando-o em seu animal de carga até uma hospedaria onde continuou a cuidar dele. No outro dia como não podia adiar a viagem deixa 2 denários (valor de 1 dia de trabalho de um homem na época) dizendo que cuidassem do desconhecido e cobrissem todas as despesas com ele, mas na volta pagaria mais se fosse preciso. Estas ações representam a prática dos ensinamentos que na cultura judaica era chamado de Shemá.(para maiores detalhes ouça o pod amar). E o Cristo exemplifica com um samaritano, povo inimigo dos judeus, pondo em prática os ensinamentos dos sábios judeus, enquanto os religiosos não. Se pudéssemos ver a reação do Doutor da lei, este estaria pálido, porque entendera o ensinamento de Jesus, tinha muita sabedoria mas era incapaz de amar, tanto que quando o Mestre divino pergunta-lhe: ´´Qual desses 3 tornou-se o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?`` Este não consegue pronunciar que foi o samaritano, mas respondeu corretamente: ´´O que praticou de misericórdia com ele``. E por fim , disse-lhe Jesus: Vai e faze tu do mesmo modo.
Mesmo sem saber as referências e as tradições judaicas, que nos ajudam a compreender os detalhes da estória, entende-se que a moral de Jesus pode ser resumida no amor e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade: Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que queres que vos façam; amai os vossos inimigos; restitui o mal com o bem; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e amor, eis o que não para de recomendar e dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. Na parábola do samaritano, Cristo Jesus, relata com bastante clareza a importância de por em prática o amor ao próximo, através do socorro de suas necessidades de acordo com nossas capacidades de ação, não valoriza como condição de salvação a prática de atividades exteriores, já que põe o samaritano, considerado herético na sua época, mas que pratica o amor ao próximo, acima dos religiosos ortodoxos que faltam com a caridade.
Também vemos estes princípios na passagem de Mateus 22:34-40 : ´´E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar. E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo: Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.``
E, para que não haja erro sobre o significado do amor de Deus e do próximo, acrescenta: "E aqui está o segundo mandamento que é semelhante ao primeiro" , isto é, que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. E tudo que se faça em favor do próximo, é o mesmo que fazê-lo em favor de Deus. Amém, meus irmãos!!!
 
 
 
Realização: Sérgio Chaves
Blog: O homem e seu tempo...
Podcast: Pod Amar 4
Citações - Textos Bíblicos:
Lucas 10:25-35
Mateus 22:34-40
Marcos 12:28-34
Mateus 5:17-18
1º Coríntios 13:9
Deuteronômio 6:4-9
Apocalipse 15:1
Números 19:11-22
1º João 4:20
             - Talmud
Sukkot 42
Berachot 13
Música de abertura e encerramento:
Amar como Jesus amou
Cantor: Pe. Zezinho
Fundo musical:
Santo (instrumental)
Banda: Harpa Cristâ
Ilustração:
Pintura: O bom samaritano(após Delacroix)
Ano:1890
Pintor: Vincent Van Gogh
Van Gogh Museum - Amsterdam
 
 
 
 
 
 
 


quarta-feira, 3 de julho de 2013

A parábola do Juiz e da viúva Lucas 18:1-8

 
 
 
 



Contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer.
dizendo: Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava os homens.
Havia também naquela mesma cidade uma viúva que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.
E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens,
todavia, como esta viúva me incomoda, hei de fazer-lhe justiça, para que ela não continue a vir molestar-me.
Prosseguiu o Senhor: Ouvi o que diz esse juiz injusto.
E não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam a ele, já que é longânimo para com eles?
Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Contudo quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? (Lucas 18:1-8)



 
 



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Neste artigo queremos refletir sobre uma das parábolas de Jesus, e apesar de sua interpretação ser muito discutida pela diversas linhas teológicas, acredito ser uma das mais belas lições do Cristo com a finalidade de nos dar bom ânimo, esperança e perseverança. Tentaremos com o estudo dos costumes, da língua e da história do Judeu do primeiro século contribuir para o melhor entendimento da lição da parábola.
Não se discute que o texto tem uma belíssima mensagem sobre a importância de orar e nunca desanimar, isto nos deixa claro o evangelista Lucas no 1º versículo do capítulo 18 na introdução da parábola: ´´Contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer.``(Lucas 18:1), mas tradicionalmente a interpretação da parábola do Juiz iníquo é problemática porque a corrente majoritária dos estudiosos consideram que Jesus incentiva seus seguidores a ter um hábito de orar mecanicamente , repetidas vezes, até convencer a Deus a atender seus pedidos. O pastor, escritor e biblista inglês Herbert Lockyer aconselha ao crente em seu livro ´´Todas as parábolas da Bíblia`` a serem mais específicos em relação a seus pedidos a Deus, portanto segundo este importante teólogo não basta pedir um carro, mas deve-se dizer o modelo, a cor, o ano, e outras características para que Deus possa atender. Embasa seus argumentos afirmando que a viúva foi específica e perseverante em seu pedido por isso obteve a graça.
Outra problemática  deste tipo de leitura é a comparação de Deus Pai, que é todo de amor , misericórdia e justiça com seus filhos,  com a figura de um Juiz corrupto, egoísta, arrogante e coração duro.
Vemos como estes argumentos e conclusões vão em contradição flagrante com o ensino de Jesus, se analisarmos diversas passagens dos evangelhos canônicos, como por exemplo no inesquecível sermão do monte, quando ele fala assim :
´´E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lhe pedirdes.``(Mateus 6:7-8)
É claro, tanto neste trecho quanto em outras passagens evangélicas ,que Jesus Cristo revela Deus como um criador amoroso, generoso em bênçãos e dádivas para com seus filhinhos, e não como um ser orgulhoso que quer humilhar seus filhos e satisfaz-se apenas com muita oração e penitência. Por isso que acreditamos que se analisarmos os costumes e a língua da época poderemos compreender um sentido correto e mais profundo deste ensino de Cristo.
O texto parabólico de Lucas é dividido em 3 partes:
  1. a introdução do evangelista, no versículo 1º.
  2. a parábola propriamente dita, nos versículos de 2 a 5.
  3. a conclusão da parábola e a lição moral do Cristo, nos versículos de 6 a 8.
Na introdução, além de explanar o tema que Jesus vai aprofundar seus ensinamentos, também revela para qual  público ele estava falando. Lemos no capítulo 17, anterior ao da parábola estudada, no versículo 22, que depois de explicar aos fariseus que o Reino de Deus não tem aparência visível porque está dentro de nós, Ele se volta unicamente para seus discípulos e esclarece sobre os sinais simbólicos que seriam vistos no dia do Juízo.
Os manuscritos mais antigos dos evangelhos, que são as fontes mais confiáveis dos ensinos do Mestre Jesus, foram escritos em grego Koiné, sem espaços entre as palavras , sem separação de capítulos e versículos, sem pontuação e sem acentuação das palavras. E sabendo-se que estas normas gramaticais e divisões se deram entre os séculos IX ao XIV, os maiores linguistas bíblicos defendem que existe uma continuidade entre os capítulos 17 e 18, e que esses discursos foram ditos num mesmo momento, além de defenderem a introdução da parábola como original e não uma adição posterior. Portanto, os especialistas afirmam que Cristo contou a parábola para os seus discípulos.
Já a parábola propriamente dita nos traz 2 personagens, que apesar de interagirem entre se, são símbolos totalmente opostos para a comunidade da época.
Jesus inicia a narrativa nos apresentando um juiz, símbolo de poder e autoridade dado por Deus sobre a vida da população. Muitos textos do Antigo Testamento explicam a importância, o poder e como deveriam julgar estes oficiais da Lei de Deus. No Deuteronômio 16:18-19, Moisés determina ao povo:
´´Juízes e oficiais porás em todas as tuas cidades que o SENHOR teu Deus te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com juízo de justiça. Não torcerás o juízo, não farás acepção de pessoas, nem receberás peitas; porquanto a peita cega os olhos dos sábios, e perverte as palavras dos justos.``Deuteronômio (16:18-19)
Também vemos a mesma ordenança no 2º livro de Crônicas no capítulo 19 e versículos de 6 a 7.
Mas Jesus em sua parábola conta que o Juiz de certa cidade não temia Deus e não se preocupava em seguir seus mandamentos, como também não respeitava os homens e seu código de honra e costumes, logo vemos que o personagem que Jesus monta pra sua lição era de um homem sem princípios, sem limites e sem honra, preocupado exclusivamente a atender suas próprias vontades.
O outro personagem da parábola era a viúva, símbolo dos oprimidos e desamparados na Israel do 1º século, já que a mulher era criada para se casar, ter filhos e cuidar dos afazeres da casa, sendo assim totalmente dependente do marido para sobreviver. Por isso vemos desde os textos da Torá até os dos profetas ensinamentos para proteger a viúva, como por exemplo em Êxodo:
´´ A nenhuma viúva nem órfão afligireis.   Se  de  algum modo os afligires, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor. E a minha ira se acenderá, e vos matarei à espada; e vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos  órfãos.``  
Estes ensinamentos de proteção do órfão e da viúva se repetem em vários textos:
  1. Deuteronômio 10:18, 24:27, 27:19
  2. Jó 22:9, 24:3 e 21
  3. Salmo 68:5
  4. Isaías 1:17, 10:2
Voltando a parábola, agora nós entendemos quem eram os dois opostos que Jesus nos falava.
Mas o que acontece na parábola? Jesus Cristo nos conta que a viúva procura o Juiz pedindo-lhe que fizesse justiça em sua causa contra o adversário. Mas a princípio o juiz não quis lhe fazer justiça. Mas a viúva não desanimou e passou a procurar o juiz todos os dias, insistindo-lhe sem cessar que lhe fizesse justiça. Mas o que parecia impossível, devido a sua perseverança, a viúva alcança, ela consegue fazer com que o juiz julgue sua causa e lhe faça justiça.
Nos últimos versículos(6-7-8) ; Jesus Cristo nos da a lição moral da parábola e nos deixa uma pergunta para reflexão profunda, por isso muitos teólogos consideram estes versículos como ´´crux interpretum``, em especial o versículo 7:
´´E não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam a ele, já que é longânimo para com eles?`` (Lucas 18:7)
Os teólogos discutem no versículo 7 qual é a melhor tradução para a palavra grega ``makrothumeo``(transliteração)?
Algumas traduções bíblicas como as de: João Ferreira de Almeida corrigida e revisada fiel, a nova versão internacional, sociedade britânica bíblica, versão católica, e a Bíblia de Jerusalém, traduzem como demorado, tardio, tardará, esperar.
Mas outros teólogos, entre eles Kenneth Bailey, defendem que esta tradução não faz justiça a palavra ´´makrothumeo`` e demonstram que em outros textos bíblicos, tanto do Antigo e Novo Testamento ela é melhor traduzida como paciência ou longanimidade. Vemos este emprego, por exemplo no Velho Testamento em Êxodo:
´´Tendo o Senhor passado perante Moisés, proclamou: Jeová, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se(makrothumeo) e grande em beneficência e verdade;`` (Êxodo 34:6)
Outro exemplo, agora no Novo Testamento, está na 1º carta a Timóteo, na qual o próprio Paulo afirma que Jesus afasta sua ira para com ele:
´´mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, o principal, Cristo Jesus mostrasse toda a sua longanimidade (makrothumeo), a fim de que eu servisse de exemplo aos que haviam de crer nele para a vida eterna.``(1 Timóteo 1:16)
Mas os judeus acreditavam que Deus só exercia longanimidade para com os filhos da aliança.
Mas Jesus corrige este conceito durante seu messianato pregando que Deus Pai exerce de paciência e misericórdia para com todos os seus filhos, sejam eles da mesma raça ou não, mesma classe social ou não, servo ou escravo, e diz mais o Cristo de Deus, nos orientando a agir da mesma forma que o Pai.
Vemos este ensinamento na parábola do servo imcompassivo. (Mateus 18:23-35)
Portanto, meus irmãos, esta bela parábola é uma exortação ao bom ânimo. Cristo nos estimula a orar e persistir na fé com a certeza absoluta da resposta do Pai para nossas orações e testemunho de fé inabalável. Mas muitas pessoas se interrogam como é que Deus permite tanta barbaridade acontecendo no mundo, marcado pela presença de injustiças, ganância e corrupção. Aparentemente o mal parece prevalecer sobre o bem, mas lembremo-nos irmãos, que Deus está no comando do mundo, e que se permite que o mal estenda suas garras é por que tem seus propósitos de provar nossa fé, perseverança, e confiança. E por ser a perfeita forma do amor, perdão e misericórdia também espera que os filhos desviados se arrependam de seus erros e se voltem para os caminhos do amor eterno. Pode parecer demorado, mas isto ocorre porque Jesus nos afirmou que todos que o Pai lhe deu serião salvos:
´´Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.``
(João 6:37)
Por isso que Jesus ensina que Deus é longânime para com eles, e todo o Evangelho trará, como toda boa notícia, a alegria e a esperança capaz de superar todos os empecilhos do mundo. Porque a promessa de Jesus é a plenitude da vida em comunhão com Deus, que se inicia neste mundo e se estende para a vida eterna. Desta forma Jesus sustenta e consola seus seguidores, já que as dificuldades provisórias de nossa vida mundana se perdem diante da eternidade da vida com Jesus.
Amém, meus irmãos! Para outras reflexões, convido-os para ouvir o Pod amar 3 e aguardo para receber seus comentários e contribuições. Fiquem todos sempre com Deus! PodAmar3/Aparáboladojuizeavivúva.mp3

sábado, 27 de abril de 2013

A mulher Samaritana João 4:01-42

 
 
 
 
 
 
 
E quando o Senhor entendeu que os fariseus tinham ouvido que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João
(Ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos),
Deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galiléia.
E era-lhe necessário passar por Samaria.
Foi, pois, a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó tinha dado a seu filho José.
E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta.
Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.
Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.
Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).
Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?
És tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede;
Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.
Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la.
Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá.
A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido;
Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade.
Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.
Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.
Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo.
Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo.
E nisto vieram os seus discípulos, e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe disse: Que perguntas? ou: Por que falas com ela?
Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens:
Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Porventura não é este o Cristo?
Saíram, pois, da cidade, e foram ter com ele.
E entretanto os seus discípulos lhe rogaram, dizendo: Rabi, come.
Ele, porém, lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis.
Então os discípulos diziam uns aos outros: Trouxe-lhe, porventura, alguém algo de comer?
Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.
Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa.
E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem.
Porque nisto é verdadeiro o ditado, que um é o que semeia, e outro o que ceifa.
Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho.
E muitos dos samaritanos daquela cidade creram nele, pela palavra da mulher, que testificou: Disse-me tudo quanto tenho feito.
Indo, pois, ter com ele os samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com eles; e ficou ali dois dias.
E muitos mais creram nele, por causa da sua palavra.
E diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.(João 4:1-42)
 
 
 
 
 

Se quiser ouvir o áudio do Pod Amar 2 em outro momento baixe em mp3 do link:

PodAmar2/amulhersamaritana.mp3
 
 
Nesta passagem Bíblica, vemos Cristo Jesus cumprir mais uma profecia do Antigo Testamento. Pois no Livro do Profeta Oséias vemos Deus, através da vida pessoal deste Profeta alertar as 10 tribos que formavam o reino de Israel sobre as consequências de seu desvio e idolatria.  Assim profetizou: ´´O princípio da palavra do SENHOR por meio de Oséias. Disse, pois, o SENHOR a Oséias: Vai, toma uma mulher de prostituições, e filhos de prostituição; porque a terra certamente se prostitui, desviando-se do SENHOR``.(Oséias 1:2) Mas após descrever os terríveis sofrimentos que aquela nação passaria, e isto também sucede na vida familiar do Profeta: ´´Para que eu não a despoje, ficando ela nua, e a ponha como no dia em que nasceu, e a faça como um deserto, e a torne como uma terra seca, e a mate à sede;``(Oséias 2:3)  Deus cheio de misericórdia promete que um dia restauraria novamente Israel como seu povo, da mesma maneira que o Profeta recuperaria sua família: ´´E semeá-la-ei para mim na terra, e compadecer-me-ei dela que não obteve misericórdia; e eu direi àquele que não era meu povo: Tu és meu povo; e ele dirá: Tu és meu Deus!``(Oséias 2:23).
Portanto o encontro de Jesus com a mulher samaritana, sua pregação pra ela e para os demais samaritanos representa no resgate da Samaria a crença genuína e verdadeira em Deus, tornando estes novamente o povo de Deus.
Mas vemos no início do diálogo que logo a mulher expõe a diferença entre ela e Jesus, pois ao pedir-lhe água , a mulher o questiona: ´´ Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).``(João 4:9)
Jesus fez-lhe ver, então, que o “dom” de Deus era ,mais do que judeu, mais do que samaritano, e disse a mulher: Se tu conhecesses o “dom” de Deus e quem te pede água, era tu que lhe terias pedido “água” e ele te daria, porque quem beber da “água” que eu lhe der, nunca mais terá sede.” Mas ainda assim ela não entendia, pois achava que Cristo lhe oferecia apenas um modo menos trabalhoso de obter água evitando de ter que buscar todos os dias no poço de Jacó. Mas depois de ter o Mestre afirmado que a “Fonte” jorrava para a “Vida Eterna``, e de haver revelado à samaritana fatos ocorridos em sua existência, acreditou ela se tratar de um Profeta, e por isso perguntou: Mas onde devo adorar a Deus? Nós adoramos no monte Gerazim, e vocês Judeus no Templo de Jerusalém. E ensinou-lhe Jesus que já era tempo de se adorar a Deus em ´´Espírito e Verdade``, que os verdadeiros adoradores não precisam de locais sagrados, pois estes adoram a Deus dentro de seus corações, não importando onde você esteja e quem você seja, se você realmente adorar a Deus o carregará onde for . Essa é uma lição grandiosa de Cristo, encerrando de uma vez os cultos exteriores, e colocando o verdadeiro Templo no coração das criaturas e fazendo de suas vidas e ações os frutos dessa adoração. Maravilhada pelos ensinos incomparáveis que recebera naquele momento, ensinos que nunca tivera ocasião de ouvir dos mestres samaritanos deixou o cântaro e foi imediatamente para a cidade chamar o povo para que fosse ver Aquele Homem que lhe dissera tudo o que ela tinha feito e se dizia o Messias. Chegando os discípulos, trouxeram comida pra Jesus, mas Este lhes disse: ´´Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis.`` ´´A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.``(João 4:32 e 34). Ensinava assim aos Apóstolos que toda ``água viva´´ e todo alimento eterno capaz de fortalecer o espírito provinha de Deus , do seu Amor e sua Vontade sublime, e que ele próprio o Cristo se nutria da fonte inesgotável do Pai, e que o trabalho em Sua Obra, poderia fortalecer qualquer um que verdadeiramente cresse, não importando apenas saber e divulgar os desígnios de Deus, sem o esforço renovador no cumprimento de suas Santas Determinações. E continuou estimulando seus seguidores a olharem sempre para adiante no horizonte e para o alto, pois de nada valeria lamentações sobre erros passados, porque estes serão superados com a perseverança nos trabalhos futuros, mas também ensinou que os frutos colhidos de todo trabalho em nome de Deus iniciaram anteriormente com colaboradores anteriores que muitas vezes começaram preparando os terrenos mais inférteis, retirando as pedras e espinhos, arando a terra com sacrifícios de uma vida inteira, para os novos no trabalhos poderem colher. Todos tem seu galardão, disse Jesus. E assim os Apóstolos em 2 dias que permaneceram na Samaria com o Cristo viram a conversão de muitos samaritanos, que tiveram a terra seca de seus corações inundados pela água viva do Amor de Deus, que renovou-lhes a fé, cumprindo assim o plano de Deus de resgatar o reino de Israel de sua idolatria através do trabalho árduo iniciado pelo Profeta Oséias e naquela ocasião terminado. Amém!




quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A cura de um paralítico em Cafarnaum. Mateus 9:1-8 Marcos 2:1-12 Lucas 5:17-26


 
 
 
 
 


E alguns dias depois entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que estava em casa.
E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta cabiam; e anunciava-lhes a palavra.
E vieram ter com ele conduzindo um paralítico, trazido por quatro.
E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava, e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico.
E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados.
E estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seus corações, dizendo:
Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?
E Jesus, conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vossos corações?
Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados; ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda?
Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico),
A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.
E levantou-se e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos.
(Marcos 2:1-12)




Para comemorarmos 1º ano do blog, estamos disponibilizando em Podcast o presente estudo e reflexâo sobre os ensinos, milagres , parábolas e a vida do nosso Salvador Cristo Jesus. Com a finalidade de facilitar o estudo para as pessoas que tem dificuldade de leitura, algumas das nossas reflexões sobre a Boa Nova serão gravados em áudio. Desculpem-me a qualidade desta nossa primeira postagem, estamos nos instrumentalizando para oferecer uma melhor qualidade de som nas futuras postagens! Mesmo com todas as dificuldades estamos felizes por poder lançar o POD AMAR , o podcast que fala de Jesus! Um grande abraço a todos!








Mais uma linda passagem da vida de Jesus, onde o Mestre dos mestres além de fazer um milagre, uma cura maravilhosa, que até mesmo hoje nossa ciência médica não tem condições de explicar, nos dá também o Cristo um lição inesquecível sobre perdão e misericórdia de Deus.
Os fariseus e mestres da lei de Israel eram acostumados a pregar, ensinar e ler das Sagradas Escrituras que Deus era vingativo, punitivo e muito Severo, e por isso chamado de Senhor dos exércitos, mas Cristo Jesus nos apresenta um Criador do universo como fonte inesgotável de amor, perdão e misericórdia, por isso nos ensinou a chamá-lo de Pai. Mas a cultura daqueles homens estavam preocupada em realizar holocaustos, cumprir rituais, e não perdoar e se reconciliar com  os irmãos principalmente os advesários, por isso para eles pareceu blasfêmia sobre a lei de Deus, quando Jesus reestabelece o ânimo do doente dizendo-lhe que os pecados foram perdoados, mostrando um Pai cheio de misericórdia e amor, pronto para receber qualquer filho. Mas com esta doutrina que só Deus pode perdoar, muitos irmãos carregam por muito tempo sentimentos de mágoa, rancor, e ódio por até uma vida inteira, o que quase sempre vai minando a saúde física e psíquica levando a diversas doenças e paralisia espiritual. Mas como nosso Cristo conhecia os corações daqueles homens, questionou-lhes: Que é mais fácil? Dizer ao paralítico, estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te toma teu leito e anda? Mostrou assim o Mestre a hipocrisia que se escondia naqueles corações. Porque se Ele tivesse simplesmente curado o doente, os farizeus de nada se escandalizariam, e até glorificariam a Deus e Jesus, mas como a postura de Cristo era de tirar o peso que o homem e sua família carregava, já que ser doente, aleijado, cego ou leproso naquela sociedade era motivo de vergonha, de desonra e impureza.
Por isso, meus irmãos em Cristo, reflitamos com os preciosos ensinamentos que Deus nos deu pelo seu Filho Primogênito, não esperemos pra buscar a Deus só pra ver sinais e milagres, não sejamos aqueles que não querem fazer o trabalho que Deus nos confiou, preferindo soluções fáceis e que Deus faça tudo.
Para maiores reflexões convidamos para ouvirem o áudio, e comentarem sobre a nova proposta de postagem em áudio, grande abraço a todos e fiquem sempre com Deus! Amém!


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Ol` Man River Autor: Jerome Kern - Oscar Hammerstein Intérprete: Paul Robeson







Dare's an ol' man cal'd de Mississipi
Dat's de ol' man dat I'd lek to be
Whot does he care
iv de world gets trauble
Whot does he care iv de land lev's free.

Ol' man river,
Dat ol' man river
He mus'know sumpin'
But don't say nuthin',
He jes'keeps rollin'
He keeps on rollin' along.

He don' plant taters,
He don't plant cotton,
An' dem dat plants'em
is soon forgotten,
But ol'man river,
He jes keeps rollin'along.

You an'me, we sweat an' strain,
Body all achin' an' racket wid pain,
Tote dat barge!
Lif' dat bale!
You gits a little drunk
An' you lands in jail.

Ah gits weary
An' sick of tryin'
Ah'm tired of livin'
An' skeered of dyin',
But ol' man river,
He jes'keeps rolling' along.

[Colored folks work on de Mississippi,
Colored folks work while de white folks play,
Pullin' dose boats from de dawn to sunset,
Gittin' no rest till de judgement day.

Don't look up
An' don't look down,
You don' dast make
De white boss frown.
Bend your knees
An'bow your head,
An' pull date rope
Until you' dead.)

Let me go 'way from the Mississippi,
Let me go 'way from de white man boss;
Show me dat stream called de river Jordan,
Dat's de ol' stream dat I long to cross.

O' man river,
Dat ol' man river,
He mus'know sumpin'
But don't say nuthin'
He jes' keeps rollin'
He keeps on rollin' along.

(Long ol' river forever keeps rollin' on...)

He don' plant tater,
He don' plant cotton,
An' dem dat plants 'em
Is soon forgotten,
but ol' man river,
He jes' keeps rollin' along.

(Long ol' river keeps hearing dat song).

You an' me, we sweat an' strain,
Body all achin an' racked wid pain.
Tote dat barge!
Lif' dat bale!
Git a little drunk
An' you land in jail.

Ah, gits weary
An' sick of tryin'
Ah'm tired of livin'
An' skeered of dyin',
But ol' man river,
He jes'keeps rollin' along!





 
Ol' Man River é uma canção escrita por Oscar Hammerstein II, com música de Jerome Kern, datada de 1927. É o tema do musical "Show Boat (1936)" (Barco das Ilusões), que fala da triste história e da luta dos trabalhadores afro-americanos, do ponto de vista de um estivador negro, personificando o Rio Mississipi que corre incessantemente, chamando-o de Ol' Man River, ou seja, um rio antigo e experiente. Muitos músicos, grupos e cantores regravaram essa canção, como Bing Crosby, Frank Sinatra, Ray Charles, Ruth Brown et Art Pepper (Winter Moon, 1980). É considerada um clássico da canção Norte-Americana.
 
 
 
Este clássico da música negra americana narra a comovente vida dos trabalhadores negros das docas do rio Mississipi, que explorados pelos brancos, trabalhavam dia e noite sem direito a folgas e diversões, pois muitos que iam a bares, terminavam presos só por serem negros. Mas apesar das dores do corpo, das doenças, do cansaço da vida e medo da morte, esses trabalhadores tinham uma esperança, pois sabiam que mesmo o Mississipi sendo um ´´velho`` rio, e que deveria saber muitas coisas e que muitas vidas por ele já passaram e ele continua correndo sem nada revelar, existe um rio mais antigo e mais sábio chamado de rio Jordão. E que muito longe dos patrões brancos em terras distantes, na terra que o rio Jordão cortou surgiu uma esperança que lhes animava o coração. Apesar de não estar escrito na letra da música entendemos que esta força e esperança que os consolava era Jesus.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Jesus põe à prova os que queriam seguí-lo Lucas 9:57-62

 
 
 



´´E aconteceu que, indo eles pelo caminho, lhe disse um: Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores.
E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai.
Mas Jesus lhe observou: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu vai e anuncia o reino de Deus.
Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa.
E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.``
 
 
                                     

 
     
   
Duros parecem estes ensinamentos de Jesus, se tomados ao pé da letra. Mas a missão do Cristo de salvação da humanidade através do seu exemplo e sacrifício de amor, mostrando-nos o caminho para se chegar a Deus, era demasiadamente importante, por isso seus seguidores necessitavam ter o mínimo de compromisso com a edificação do Reino dos Céus.
O primeiro que lhe pede permissão para seguí-lo não impõe qualquer condição e espontâneamente deseja-lhe acompanhar, mas Jesus não engana os corações, nunca prometeu que seria fácil a conquista do Reino sublime, por isso este ensinamento: ´´O filho do homem não tem onde reclinar a cabeça`` indica que o verdadeiro servo do Senhor muitas vezes pode se sentir abandonado pelo mundo, sem ter com quem contar, sem ter descanso, e sem privilégios materiais, mas nunca será desamparado pela graça do Pai. Em outras ocasiões o Mestre Galileu também nos asseverou: ´´Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; E assim os inimigos do homem serão os seus familiares (Mateus 10:34-36)``. Indicando que muitas lutas seriam necessárias para seus verdadeiros discípulos, e que até mesmo pessoas queridas e também da própria família podiam não os compreender e se opor a divina obra do Senhor.


 
 



 
Jà o segundo homem foi convocado por Jesus, mas este reagiu diferente, pois mesmo não negando o chamado do Cristo, alegou que não podia seguir-lhe imediatamente pois tinha que ´´enterrar seu pai``. Muitos interpretam esta passagem literalmente, achando que mesmo com o pai morto o homem foi ver Jesus passar pelo caminho. Este tipo de interpretação não condiz com os costumes dos povos de época e com a próprias Escrituras Sagradas, pois todos que procuravam por Cristo,que tinham um ente querido próximo da morte era para lhe pedir sua interceção Divina para salvar a vida que agonizava, o que não era o caso deste homem no caminho, que não pede pela vida do seu pai mas pede pra cumprir sua tarefa de filho e cuidar de seus pais até a morte para aí sim dedicar-se as tarefas celestes. Mas Jesus também pregava aos discípulos que o homem devia procurar primordialmente o Reino de Deus e os Tesouros Celestes, como nos asseverou no inovidável Sermão do Monte: ´´ Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas (Mateus 6:33)``, e ´´Ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração(Mateus 6:20-21).`` Por isso sua resposta a este homem nos parece tão pertubadora: ´´ Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos``, porque o Messias quer nos dizer da urgência da vivência da Boa Nova, que muitos são os corações, já como campos prontos, que esperam as sementes divinas do Evangélio. Não podendo o servo fiel preoucupar-se com convenções humanas em detrimento do trabalho do Reino, pois por outro lado muitos são os que já se encarregam com as tarefas terrenas, mas também é da revelação misericordiosa e consoladora de Deus Pai que a seu turno aqueles que ainda não despertaram para a importância da vida espiritual(os mortos) também encontrariam os caminhos para Deus, porque ´´Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.(Eclesiastes 3:1)``, e Jesus também nos ensinou:´´E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia(João 6:39)´´.






O terceiro homem por sua vez oferece-se como discípulo, mas primeiro pede para submeter sua decisão de seguir o Cristo a permissão da família, notadamente o pai, pois ainda hoje e principalmente no Oriente médio do primeiro século a autoridade do pai da família era suprema, por isso o filho não poderia sair de casa, isto é, ´´despedir-se da família`` sem a autorização dos seus. Mais uma vez usando uma imagem figurada comum a realidade agrícula daqueles povos compostos por pescadores, pastores e lavradores, Jesus enfatiza novamente a responsabilidade da edificação do Reino Celeste nos corações dos homens, já que esse compromisso só deveria ser assumido por discípulos comprometidos com trabalho árduo, cansativo, que exige disciplina, perseverança e atenção, da mesma forma que o trabalho no arado, que para abrir os sulcos na terra dos corações que servirão de berço para as sementes Divinas do Evangelho, não podem ser manuseados por trabalhador distraído e descuidado, por isso nos asseverou nosso eterno Mestre: ´´Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.``
Por isso, irmãos, para sermos verdadeiros seguidores de Cristo, tenhamos ânimo para os labores evagélicos e edificantes, pois o trabalho duro da sementeira é glorificado pela colheita dos frutos benditos do Reino!Esta é a promessa, e Fiel é Deus!Amém!


domingo, 6 de janeiro de 2013

A parábola dos dois filhos Mateus: 21:28-32



 


 
Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha.
Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi.
E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi.
Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus.
Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para o crer.
(Mateus 21:28-32)


 
 
 
 
Com mais uma alegoria, Cristo Jesus nos explica que  mais importante que a palavra é a atitude. Vemos que ele compara Deus mais uma vez com um Pai, dono de uma vinha, que convoca seus filhos para o trabalho. O primeiro filho parece mais rebelde, responde ao pai, nega seu convite, mas com  o tempo arrepende-se de sua atitude, e obedece a ordem de seu pai. Já o segundo filho, tem palavras doces, na frente do pai concorda e trata-lhe com toda reverência, mas depois de sair da sua presença, a atitude é diferente, revelando-lhe a hipocrisia, que concorda com os lábios mas o coração e a atitude mostram o contrário . Pondo-nos a refletir, nos pergunta o eterno Mestre: Qual dos dois fez a vontade do Pai?
Neste trecho da Boa Nova, Cristo se referia aos ensinamentos de João Batista, que as margens do rio Jordão pregava:´´ Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus``(Mateus 3:2-3/ Mc 1:2-6/ Lc 3:1-9), como já teria sido profetizado por Isaías, que asseverava que antes do Messias viria um  outro profeta para lhe preparar os caminhos: ´´Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus``(Isaías 40:3). Esta era a ordem de Deus, convocando os filhos da casa de Israel para o arrependimento e a correção de suas atitudes, pois só os que aceitassem a vontade do Pai, com a chegada do Messias receberiam o Reino dos Céus. Muitos publicanos( judeus responsáveis pela cobrança de impostos, muito mal vistos pelo povo comum, tidos como ladrões e corruptos) e prostitutas acreditaram em João Batista e se arrependeram de seus pecados e passaram a corrigir suas atitudes , sendo estes a referência ao filho respondão mas que por fim fez a vontade do pai. E afirma Cristo que os hipócritas que se achavam sem pecados, cheios de se na aparência, e que pareciam que faziam a vontade de Deus, mas seu  coração era orgulhoso, seriam preteridos no Reino dos Céus aos pecadores que se arrependeram.
Mas esta singela parábola pode nos ensinar muito do proceder de Deus para com seus filhos na Terra. Vemos que Jesus coloca que o Pai não obriga seus filhos a seguir suas ordens, apesar de estar nos chamando a todo momento, ele deixa que nós escolhamos segundo nosso coração os caminhos que queremos percorrer, deixando claro que o homem tem livre arbítrio sobre sua vida, mas com isso só receberá a Salvação aquele que amar a Deus e seguir seus caminhos com sinceridade no coração. Várias passagens do antigo testamento nos mostram Deus Pai nos convidando a seguir seus caminhos sem nos obrigar, entre elas: Deuteronômio (5:32-33), Ezequiel (18:30).
Mas chama-nos a atenção dois momentos nas Santas Escrituras que deixam claro que o povo de Deus tem que escolher espontânea e decisivamente se querem continuar a seguir a Deus:
A primeira passagem ocorre quando ao chegar em Siquém, Josué reune os anciãos, os juízes,  os oficiais de todas as tribos de Israel e se apresentam diante de Deus perguntando: ´´Agora, pois, temei ao SENHOR, e servi-o com sinceridade e com verdade; e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais além do rio e no Egito, e servi ao SENHOR. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.(Josué 24:14-15). Como  a resposta foi continuar a servir a Deus: ´´Então respondeu o povo, e disse: Nunca nos aconteça que deixemos ao SENHOR para servirmos a outros deuses;(Josué 24:16). Com esta decisão, a Aliança com Deus é renovada e sobre uma grande pedra é posta como testemunha.
Também no Novo Testamento, mais especificamente no Evangélio de João(6:66-67), após o belíssimo Sermão do Pão da Vida encontramos Cristo Jesus questionar seus apóstolos se queriam continuar  a seguí-lo, já que muitos dos discípulos o haviam abandonado.
Por isso queridos irmãos sigamos a Deus por nossa vontade, pois seu amor é eterno e inigualável, dependendo de nós se entregar a ele. Amém!