domingo, 6 de julho de 2014

A parábola do Amigo à meia-noite Lucas 11:5-8

 
 
 



 
11:5 E disse-lhes: Qual de vós terá um amigo, irá até ele à meia-noite, e lhe dirá: Amigo, empresta-me três pães, 11:6 visto que um amigo meu veio da estrada até mim e não tenho o que lhe apresentar. 11:7 E aquele de dentro, em resposta, disser: Não  me dês trabalho, a porta já está fechada, meus filhinhos estão na cama comigo. Não posso levantar-me para dar [os pães] a ti. 11: 8 Eu vos digo: Ainda que não se levante para lhe dar por ser seu amigo, se levantará para lhe dar o quanto necessita, pelo menos por causa da sua desonra.         
                  
  *Tradução: Dias, Haroldo Dutra - O Novo Testamento - 1º edição - FEB, Brasília, 2013 
 
 
 

 
 


Baixe o áudio do Pod Amar 6 no link:




 
Neste episódio do Pod amar estudaremos a parábola que é tradicionalmente conhecida como a parábola do amigo importuno ou inoportuno para melhor compreendermos os ensinos de Jesus. Por muitos séculos a tradição religiosa cristã interpretou esta passagem como um ensinamento de orar até se obter a graça pedida a Deus, mesmo que a primeira resposta Divina seja não. O biblista Herbert Lockyer, em seu livro ´´Todas as parábolas da Bíblia``, vai mais longe e nos diz que não devemos querer ver mais do que Jesus quis mostrar com a parábola, e que o amigo teve que ser molestado para dar o que o outro precisava. Mas será que as orações de seus filhos molestam a Deus? É claro que não. Esta abordagem tradicional está em desacordo com os ensinos do Cristo, por isso através da correta tradução do texto e estudando as tradições e costumes judaicos do 1º século tentaremos entender melhor os ensinos do nosso Salvador. A palavra grega ´´anaideia`` tradicionalmente foi traduzida ou como importunação ou como persistência, por isso esta interpretação da parábola se tornou tradicional, mas os teólogos mais modernos nos afirmam que a verdadeira tradução para anaideia é sem vergonha ou sem honra, já que é formada pelo radical ´´aydos`` que significa vergonha com o prefixo ´´an``, que tem o sentido de negação. Kenneth Bailey em seu livro ´´ As parábolas de Lucas`` nos afirma que em todos os autores gregos antigos até os mais modernos anaideia tem o significado de sem vergonha ou impudente, até os autores não gregos antigos como Flávio Josefo usam esta palavra com este significado. Mas além da correta tradução, temos que entender um pouco sobre os costumes daquele povo. Jesus nos conta uma estória de um homem que recebe outro que vem de viagem, portanto esta parábola trata do sagrado dever de hospitalidade do povo oriental. Receber peregrinos e dar-lhes hospedagem era um dever sagrado, pois desta forma é que se demostrava a Deus que se amava o próximo, através da acolhida do outro, do diferente se vivia este mandamento. Gary M. Burge , autor do livro Jesus o contador de história do oriente médio, nos conta em seu livro que em viagem foi hospedado em um acampamento oriental em uma cabana que possuía um tapete onde estava dormindo um bebê, enquanto os outros familiares dormiam no chão, só por ele ser hóspede retiraram a criança do tapete e deram pra ele. Mas o contrário, se maltratar ou se recusar a dar hospedagem a um viajante naquela época, era considerado um insulto seríssimo e está retratado tanto no Novo como no Antigo Testamento. Em Gênese 18 e 19 vemos Abraão e Ló demonstrando como deveria ser a hospitalidade do hebreu, ambos recebem os visitantes com água para os pés, um banquete com carne e pães ázimos. Mas os cidadãos de Sodoma, cidade de Ló, queriam violentar os viajantes, por isso que os estudiosos da atualidade nos falam que a destruição de Sodoma e Gomorra são histórias que representam uma lição para que o povo não fosse violento, não praticasse a agressão e o estupro ou violência sexual entre se e os peregrinos que chegavam a suas aldeias, porque isso levaria a destruição. Já no Novo Testamento , no Evangelho de Lucas capítulo 9, vemos João Evangelista, o discípulo mais jovem e mais amoroso de Cristo, pedir que Jesus desça fogo dos céus sobre toda uma aldeia de Samaritanos porque estes se recusaram a dar hospedagem a eles , só porque eram Judeus e viajavam para Jerusalém. Mas Jesus o repreende e diz-lhe que veio pra Salvar e não pra destruir. Entendemos a indignação do discípulo porque a ofensa foi grave e a responsabilidade de hospedar era de toda a comunidade, por isso que o costume ao se despedir de um viajante nesta cultura  é dizer: Você honrou minha aldeia com sua presença. Também vimos que ao se hospedar, devia-se oferecer uma refeição, de preferência a melhor possível. Por isso que o hospedeiro da parábola de Jesus sai a meia-noite para pedir pão emprestado ao amigo vizinho, isto não quer dizer que ele não tinha comida ou pão em sua casa, mas que oferecer um pedaço de pão partido que sobrara de uma refeição anterior seria um insulto, e como o oriental costumava assar pão pra uma semana no forno comunitário da aldeia e as mulheres cooperavam entre se nesta tarefa, todos sabiam quem tinha feito pão recentemente. Por isso que os Teólogos mais modernos defendem que as desculpas dadas para não se atender um dever de honra para a comunidade , que era dar boa hospitalidade , eram desculpas  ridículas, e que quem não cumprisse este mandamento traria desonra a toda a comunidade. Para o oriental afastar-se dos costumes levaria a vergonha ou desonra, por isso pra evitar a vergonha ou a desonra é que Jesus garante que mesmo que não seja por amizade, mesmo que seja tarde da noite, o vizinho irá se levantar e cumprirá seu dever e oferecerá tudo que for necessário ao hospedeiro. Portanto irmãos, a história oriental contada pelo nosso Mestre Jesus não se trata de orar insistentemente para bajular Deus até se conseguir o atendimento do pedido, mais sim de uma história de um homem honrado que cumpre seus deveres e se um homem é capaz de agir para socorrer o outro, logo imagine se Deus que é infinitamente bom e amoroso não ouviria as orações de seus filhos e não lhes atenderia as súplicas. Por isso , queridos tenham certeza que Deus ouve todas as orações e as atendem sempre com o que é melhor para os seus filhos, mas isso pode significar muitas vezes não atender nossos pedidos, mas a resposta sempre vem com o que nós precisamos, por isso o Messias termina a parábola afirmando que o hospedeiro conseguiu tudo o que necessitava , e assim ele exemplificou a ação de Deus na nossa vida, sempre nos socorrendo nas nossas necessidades. Amém, meus irmãos! Para mais detalhes recomendo baixar e ouvir o pod amar 6. E se gostar divulgue com os amigos e familiares, pois não há presente mais precioso que a Boa Nova de Deus! Também estamos esperando sua participação, escreva no blog ou no twiiter, seja críticas, aponte erros, sugestões e tudo que quiser para assim crescermos todos para Deus!
 
 
Agradecimentos do episódio:
 
Obrigado a irmã Aíla Pinheiro de Andrade e as irmãs da comunidade Nova Jerusalém pelos conhecimentos compartilhados para o episódio e sugerimos a todos que gostem de teologia e dos costumes judaicos, sigam irmã Aíla e as irmãs Nova Jerusalém nas redes sociais.
Os contatos são:
Facebook:
Blog:
 
Pensamento do episódio:
 
´´Nenhum homem tem o dever de ser rico ou grande ou sábio, mas todos tem o dever de serem honrados``             Rudyard Kipling
 
Passagens bíblicas citadas no Pod amar 6:
 
Lucas 9:54
Gênesis 19 e 18
Lucas 11:11
Lucas 14:5
Lucas 15:4
Lucas 17:7
Lucas 18:1-8
Mateus 6:8
Mateus 6:10
Mateus 26:39
 
Ilustração do Pod amar 6:
 
Pintura: Importunate neighbour 1895
Pintor: William Holman Hut
Acervo da National Gallery of Victoria
 
Músicas do episódio Pod amar 6:
 
Canção: I can only imagine
Banda: Casting Crowns
Fundo musical: 1) Naquele tempo
Compositor: Pixinguinha
                          2) Jesus, Alegria dos homens
Compositor: Johann Sebastian Bach

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Salmo 1 Livro de Salmos - Bíblia Autor:Rei Davi




 
 





Salmo 1
 
Bem aventurado é o homem
 que não caminhou no conselho dos malvados,
e no caminho dos pecadores não ficou,
e na reunião dos zombadores não se sentou.

 
Mas na Torá do Eterno está o desejo dele,
e sua Torá estuda dia e noite.
 
 
E ele será como uma árvore plantada junto ao rio;
cujos os frutos dá no seu tempo,
e cujas as folhas não secam
e tudo que fizer, terá sucesso.
 
 
Assim não são os malvados.
São como feno
que o vento espalha.
 
 
Portanto os malvados não serão sustentados
em julgamento,
nem os pecadores na assembleia dos justos.
 
 
Porque o Eterno reconhece o caminho dos justos,
e o caminho dos malvados será destruído. 

 
 
 
 
 
Baixe o áudio do Pod Amar 5 no link:
 
 

                                                                            

Neste episódio do Pod amar faremos uma reflexão sobre o 1° salmo do livro de Salmos do Antigo Testamento, cuja a autoria é atribuída ao Rei Davi. Faremos uma análise gramatical do texto em hebraico, citaremos a visão da tradição judaica e sua cultura com a obra, mas por fim compararemos com os ensinos de Jesus, porque ele é nosso modelo e guia: ´´Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho da verdade e da vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. (João 14:6)
Já no primeiro versículo do Salmo, nos chama a atenção um famoso rabino do IV século em suas reflexões no Talmude, que o salmista constrói o texto com 3 características diferentes da forma de construção gramatical do hebraico bíblico.
A 1ª característica que este rabino discute é porque este salmo defendido por ele como o mais importante salmo do livro não tem a autoria de Davi. A tradição judaica defende que dos 150 salmos, 125 foram compostos pelo Rei Davi e muitos iniciam com a expressão ´´cântico de Davi``, incluindo por exemplo o salmo 23. Mas porque o salmo considerado mais importante segundo a tradição Judaica omite esta informação?
A 2ª característica discutida pelo rabino é a comparação entre o homem comum e o ímpio, pois o salmo inicia afirmando: ´´Bem aventurado o homem que não andou no caminho do ímpio ou malvado...``, quando a forma usual era se comparar antônimos, por esta regra esperava-se que o salmista na verdade cantasse assim: ´´Bem aventurado o Justo que não andou no caminho ímpio...``, já que o oposto para ímpio era o justo, pela tradição judaica.
E a 3ª característica que ele chama a atenção é que o salmo inicia na negativa, já que o salmista decidiu comparar substantivos diferentes, porque iniciou o salmo na negativa? Pois poderia ter dito na afirmativa assim: ´´Bem aventurado o homem que andou no caminho do Justo...``, mas iniciou como já vimos afirmando que seria feliz quem não andou no caminho do ímpio.
Mas este mesmo sábio rabino comenta que todas estas características tem um propósito, ele esclarece que a intenção do compositor do salmo era falar para todas as pessoas, sua mensagem tinha como destino todos os homens, sejam profetas, reis, sacerdotes e principalmente os homens comuns da época dos Reis, estimulando-lhes a seguir a Deus e seus mandamentos, por isso se ele iniciasse comparando o ser humano com os Justos e quem afirmou isto foi o rei Davi, estes homens comuns que frequentemente eram lavradores, pastores, oleiros poderiam não se identificariam com a mensagem pois a meta se traduziria inalcançável. Mas a mensagem é clara e universal, todo homem pode ser feliz seja ele quem for, basta seguir 2 recomendações: a primeira é se afastar do mal (1° versículo) e a segunda diz para procurar conhecer, seguir e andar nos caminhos de Deus (2º versículo).
O 3º versículo caracteriza o homem que busca a Deus e seus caminhos, compara-os com árvores junto a um rio, que sempre será nutrida e sempre estará verde.
Já o 4º e o 5º versículos caracterizam o ímpio, comparando-os com plantas secas já que não tem a fonte nutridora que vem de Deus e por se distanciarem não serão aceitos na assembleia dos justos.
Por fim, o 6º versículo trata da destinação dos dois modos de viver , dos dois caminhos, os que procuram a Deus serão reconhecidos como justos e o caminho que se afasta de Deus será destruído. Mas aqui temos um problema de tradução, pois levando-se em consideração o texto original em hebraico bíblico a tradução mais adequada é:

´´Porque o Senhor reconhece o caminho dos justos, mas o caminho dos malvados será destruído. ``

Mas a versão da Bíblia João Ferreira de Almeida da Imprensa bíblica traduz assim:
 ´´porque o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios conduz à ruína.``(Salmos 1:6)

Parece a mesma coisa mas não é, pois uma coisa é afirmar que o caminho será destruído, isto indica que o modo de viver longe de Deus será destruído, não existirá mais. Muitos teólogos afirmam que este texto tem uma mensagem salvídica remetendo ao juízo final, que segundo os judeus era chamado de Olam haba ( o mundo vindouro), e neste período Deus reinaria sobre toda a Terra,através do Messias, e seria uma época de paz e fraternidade. Neste contexto não haveria mais o caminho do ímpio ou malvado pois todos seguiriam a Deus num reino de amor, por isso se afirma que: ´´o caminho do ímpio será destruído``. Mas é diferente dizer que o ímpio é que será destruído.
Cristo Jesus nunca pregou a destruição de ninguém, muito pelo contrário todo seu ensinamento é de perdão e reconciliação. Ele mesmo nos ensinou no sermão do monte:
´´Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem;
para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.
Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo?
E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo?
 Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial(Mateus 5:43-48)``

Também o Apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso, em sua carta aos Romanos assevera:

´´abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis;(Romanos 12:14)``
´´Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens.
Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor.
Antes, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.(
Romanos 12:18-21)``

Estas preciosas lições nos estimulam a perdoar e a amar até os inimigos, porque o amor é força tão poderosa e constrangedora, que leva a repensar nossas convicções do mal e a mudar de atitude. Pois só pode-se derrotar o mal quando o malvado se converte, torna-se um novo ser e procura se regenerar de suas antigas paixões se alinhando ao amor de Deus, corrigindo seus erros e buscando andar sempre em comunhão com o Pai Eterno.Para se aprofundar nas discursões gramaticais do texto, convido a todos a ouvir o Podcast, baixe o áudio em mp3 e ouça onde quiser e quando quiser, e se gostar ofereça para seus amigos, familiares e pessoas queridas, pois não há presente mais precioso do que falar de Deus Pai e Cristo Jesus.Também convido vocês para participarem, deixem sua opinião, sugestões, críticas, observações e tudo que sentirem vontade de se expressar, pois assim todos nós saímos enriquecidos com estudo e reflexão do Evangelho de Jesus. Para todos a Paz do Senhor!
Pensamento do episódio:
Só a luz pode:
Através da violência você pode matar um assassino, mas não pode matar o assassinato. Através da violência você pode matar um mentiroso, mas não pode estabelecer a verdade. Através da violência você pode matar uma pessoa odienta, mas não pode matar o ódio. A escuridão não pode extinguir a escuridão, só a luz pode.
                                                    Martin Luther King Jr


Realização: Sergio Chaves
Blog: O homem e seu tempo...
Podcast: Pod Amar 5
Textos bíblicos citados no episódio:
Mateus 5:17
João 14:6
Provérbio 4:14
João 6:35
João 10:10
Lucas 5:31-32
Mateus 3:1-3
Mateus 5:43-48
Romanos 12:14,18-21
Fundo musical:
Amazing Grace flauta e piano
Amazing Grace piano
Louvor:
Amazing Grace
Cantor: Elvis Presley
Asherei H´aish
Cantor: Ori Shevach
Ilustração:
Pintura: ´´O rei David tocando harpa``
Pintor: Guerrit Van Honthorst

domingo, 22 de setembro de 2013

O Grande Mandamento Mt 22:34-40 Mc 12:28-34 Lc 10:25-37

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês?
E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.
E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás.
Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.
E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo.
Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão;
E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;
E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu te pagarei quando voltar.
Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.(Lucas 10:25-37)
 
 
 
 

 
 
 
Baixe o áudio do Pod Amar 4 no link:
 
 
 
 
 
 

 Neste Pod Amar vamos refletir sobre um dos pilares do ensino do nosso Salvador Jesus de Nazaré. Pois nos revelou o Messias divino que é através da lei do Amor que nos chegamos a Deus. Nos 3 evangelhos sinóticos lemos que Cristo Jesus em discursão com fariseus nos afirma que devemos Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a se mesmo. Mas no evangelho de Lucas vemos uma discursão mais profunda, porque o Doutor da Lei pergunta ao amado Mestre o que fazer para herdar a vida eterna. Tentava o fariseu iniciar um discursão sobre a interpretação da Lei e assim poder acusar o Cristo como pregador contra Moisés e seus mandamentos, podendo assim desmoralizá-lo e acusa-lo de blasfêmia, mas Jesus sabendo a intenção do religioso responde devolvendo com 2 outras perguntas : ´´que diz a Lei?`` e ´´como a lês?`` Dessa forma quem queria testar passa a ser testado. Mas o Doutor era um homem muito inteligente e instruído, pois responde resumindo 1500 anos de discursões religiosos entre os sábios Judeus  desde Moisés ao Cristo em 2 versículos: Deuteronômio 6:5 e Levítico 19:18. Jesus concorda com a resposta e diz-lhe:  ´´Respondeste bem; faze isso, e viverás.`` A tentativa de testar Jesus falhara, o doutor da lei foi derrotado muito facilmente, por isso ele tenta novamente iniciar uma discursão com o Cristo com a pergunta:´´quem é o meu próximo?`` Qual doutrina Jesus defenderia? Sabe-se  pela tradição oral da interpretação da Torah discutida por gerações de sábios rabinos e que foi escrito no Talmud, que nesta época haviam 2 escolas de Tanaim(mestres da lei que formavam novos mestres, taná em aramaico significa ´´aquele que estuda``). Essas escolas eram as de Hillel, o ancião( Bet Hillel) e Shamai( Bet Shamai), que divergiam na interpretação das escrituras sagradas, já que Shamai defendia uma interpretação mais rigorosa e retrita da lei, enquanto Hillel era mais liberal na interpretação. Portanto para Shamai era considerado próximo apenas os indivíduos da mesma família, da mesma seita e da mesma nação(raça). Já para Hillel ele considerava toda a humanidade criados por Deus e vindo da mesma descendência, por isso todos deviam ser considerados como próximo ou irmão. Era essa a discursão que o doutor da lei queria provocar, qual escola Jesus iria defender? Mas o Cristo não era de discursões teóricas e parte para um exemplo prático contando a parábola do bom samaritano. Nesta estória vemos um homem que vinha de Jerusalém até Jericó, uma estrada conhecida na época como muito perigosa. Neste ambiente o viajante cai na mão de assaltantes , é despojado de seus bens e roupa, muito agredido, e deixado desacordado quase morto na estrada. Mas porque Cristo Jesus entra em tantos detalhes sobre o que aconteceu e como ficou o homem. Sabemos que na Palestina do 1º século as várias comunidades que habitavam esta região eram identificadas pelas roupas que usavam, pelas características raciais, e pela língua que falavam, mas o viajante foi roubado e levaram suas roupas, foi agredido com grande violência ficando ensanguentado e desfigurado, e deixado quase morto e desacordado, portanto irmãos, não dava para saber quem era esse homem , sua nação ou religião, Jesus no início da estória também não o identificou, por isso não da pra saber, a única coisa que o mestre quer nos passar é que era um ser humano com grande necessidade. Daí passam pela estrada dois religiosos, um sacerdote e um levita, mas ambos não socorrem o ferido e passam de largo. Estes religiosos conheciam os mandamentos de ajudar o semelhante, mas também sabiam da proibição mosaica de entrar em contato com os mortos e do difícil ritual que se teria que passar para se purificar novamente. Vemos esta ordenança em Números 19:11-22:
 
Aquele que tocar em algum morto, cadáver de algum homem, imundo será sete dias.
Ao terceiro dia se purificará com aquela água, e ao sétimo dia será limpo; mas, se ao terceiro dia se não purificar, não será limpo ao sétimo dia.
Todo aquele que tocar em algum morto, cadáver de algum homem, e não se purificar, contamina o tabernáculo do Senhor; e aquela pessoa será extirpada de Israel; porque a água da separação não foi espargida sobre ele, imundo será; está nele ainda a sua imundícia.
Esta é a lei, quando morrer algum homem em alguma tenda, todo aquele que entrar naquela tenda, e todo aquele que nela estiver, será imundo sete dias.
Também todo o vaso aberto, sobre o qual não houver pano atado, será imundo.
E todo aquele que sobre a face do campo tocar em alguém que for morto pela espada, ou em outro morto ou nos ossos de algum homem, ou numa sepultura, será imundo sete dias.
Para um imundo, pois, tomarão da cinza da queima da expiação, e sobre ela colocarão água corrente num vaso.
E um homem limpo tomará hissopo, e o molhará naquela água, e a espargirá sobre aquela tenda, e sobre todos os móveis, e sobre as pessoas que ali estiverem, como também sobre aquele que tocar os ossos, ou em alguém que foi morto, ou que faleceu, ou numa sepultura.
E o limpo ao terceiro e sétimo dia espargirá sobre o imundo; e ao sétimo dia o purificará; e lavará as suas vestes, e se banhará na água, e à tarde será limpo.
Porém o que for imundo, e se não purificar, do meio da congregação será ele extirpado; porquanto contaminou o santuário do Senhor; água de separação sobre ele não foi espargida; imundo é.
Isto lhes será por estatuto perpétuo; e o que espargir a água da separação lavará as suas vestes; e o que tocar a água da separação será imundo até à tarde,
E tudo o que tocar o imundo também será imundo; e a pessoa que o tocar será imunda até à tarde.(Números 19:11-22)
 
Vemos que até através das parábolas, Jesus chama a atenção para a religiosidade vazia e egoísta, que prefere as comodidades do mundo ao sacrifício de ajudar os outros. Até que passa pelo caminho, um samaritano e vê o homem ferido e compadece-se dele, e planeja como socorre-lo e põe  em prática banhando suas feridas com vinho e azeite, passando ataduras e levando-o em seu animal de carga até uma hospedaria onde continuou a cuidar dele. No outro dia como não podia adiar a viagem deixa 2 denários (valor de 1 dia de trabalho de um homem na época) dizendo que cuidassem do desconhecido e cobrissem todas as despesas com ele, mas na volta pagaria mais se fosse preciso. Estas ações representam a prática dos ensinamentos que na cultura judaica era chamado de Shemá.(para maiores detalhes ouça o pod amar). E o Cristo exemplifica com um samaritano, povo inimigo dos judeus, pondo em prática os ensinamentos dos sábios judeus, enquanto os religiosos não. Se pudéssemos ver a reação do Doutor da lei, este estaria pálido, porque entendera o ensinamento de Jesus, tinha muita sabedoria mas era incapaz de amar, tanto que quando o Mestre divino pergunta-lhe: ´´Qual desses 3 tornou-se o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?`` Este não consegue pronunciar que foi o samaritano, mas respondeu corretamente: ´´O que praticou de misericórdia com ele``. E por fim , disse-lhe Jesus: Vai e faze tu do mesmo modo.
Mesmo sem saber as referências e as tradições judaicas, que nos ajudam a compreender os detalhes da estória, entende-se que a moral de Jesus pode ser resumida no amor e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade: Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que queres que vos façam; amai os vossos inimigos; restitui o mal com o bem; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e amor, eis o que não para de recomendar e dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. Na parábola do samaritano, Cristo Jesus, relata com bastante clareza a importância de por em prática o amor ao próximo, através do socorro de suas necessidades de acordo com nossas capacidades de ação, não valoriza como condição de salvação a prática de atividades exteriores, já que põe o samaritano, considerado herético na sua época, mas que pratica o amor ao próximo, acima dos religiosos ortodoxos que faltam com a caridade.
Também vemos estes princípios na passagem de Mateus 22:34-40 : ´´E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar. E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo: Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.``
E, para que não haja erro sobre o significado do amor de Deus e do próximo, acrescenta: "E aqui está o segundo mandamento que é semelhante ao primeiro" , isto é, que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. E tudo que se faça em favor do próximo, é o mesmo que fazê-lo em favor de Deus. Amém, meus irmãos!!!
 
 
 
Realização: Sérgio Chaves
Blog: O homem e seu tempo...
Podcast: Pod Amar 4
Citações - Textos Bíblicos:
Lucas 10:25-35
Mateus 22:34-40
Marcos 12:28-34
Mateus 5:17-18
1º Coríntios 13:9
Deuteronômio 6:4-9
Apocalipse 15:1
Números 19:11-22
1º João 4:20
             - Talmud
Sukkot 42
Berachot 13
Música de abertura e encerramento:
Amar como Jesus amou
Cantor: Pe. Zezinho
Fundo musical:
Santo (instrumental)
Banda: Harpa Cristâ
Ilustração:
Pintura: O bom samaritano(após Delacroix)
Ano:1890
Pintor: Vincent Van Gogh
Van Gogh Museum - Amsterdam
 
 
 
 
 
 
 


quarta-feira, 3 de julho de 2013

A parábola do Juiz e da viúva Lucas 18:1-8

 
 
 
 



Contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer.
dizendo: Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava os homens.
Havia também naquela mesma cidade uma viúva que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.
E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens,
todavia, como esta viúva me incomoda, hei de fazer-lhe justiça, para que ela não continue a vir molestar-me.
Prosseguiu o Senhor: Ouvi o que diz esse juiz injusto.
E não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam a ele, já que é longânimo para com eles?
Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Contudo quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? (Lucas 18:1-8)



 
 



Baixe o áudio do Pod Amar 3 no link:
 
 
 
 

Neste artigo queremos refletir sobre uma das parábolas de Jesus, e apesar de sua interpretação ser muito discutida pela diversas linhas teológicas, acredito ser uma das mais belas lições do Cristo com a finalidade de nos dar bom ânimo, esperança e perseverança. Tentaremos com o estudo dos costumes, da língua e da história do Judeu do primeiro século contribuir para o melhor entendimento da lição da parábola.
Não se discute que o texto tem uma belíssima mensagem sobre a importância de orar e nunca desanimar, isto nos deixa claro o evangelista Lucas no 1º versículo do capítulo 18 na introdução da parábola: ´´Contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer.``(Lucas 18:1), mas tradicionalmente a interpretação da parábola do Juiz iníquo é problemática porque a corrente majoritária dos estudiosos consideram que Jesus incentiva seus seguidores a ter um hábito de orar mecanicamente , repetidas vezes, até convencer a Deus a atender seus pedidos. O pastor, escritor e biblista inglês Herbert Lockyer aconselha ao crente em seu livro ´´Todas as parábolas da Bíblia`` a serem mais específicos em relação a seus pedidos a Deus, portanto segundo este importante teólogo não basta pedir um carro, mas deve-se dizer o modelo, a cor, o ano, e outras características para que Deus possa atender. Embasa seus argumentos afirmando que a viúva foi específica e perseverante em seu pedido por isso obteve a graça.
Outra problemática  deste tipo de leitura é a comparação de Deus Pai, que é todo de amor , misericórdia e justiça com seus filhos,  com a figura de um Juiz corrupto, egoísta, arrogante e coração duro.
Vemos como estes argumentos e conclusões vão em contradição flagrante com o ensino de Jesus, se analisarmos diversas passagens dos evangelhos canônicos, como por exemplo no inesquecível sermão do monte, quando ele fala assim :
´´E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lhe pedirdes.``(Mateus 6:7-8)
É claro, tanto neste trecho quanto em outras passagens evangélicas ,que Jesus Cristo revela Deus como um criador amoroso, generoso em bênçãos e dádivas para com seus filhinhos, e não como um ser orgulhoso que quer humilhar seus filhos e satisfaz-se apenas com muita oração e penitência. Por isso que acreditamos que se analisarmos os costumes e a língua da época poderemos compreender um sentido correto e mais profundo deste ensino de Cristo.
O texto parabólico de Lucas é dividido em 3 partes:
  1. a introdução do evangelista, no versículo 1º.
  2. a parábola propriamente dita, nos versículos de 2 a 5.
  3. a conclusão da parábola e a lição moral do Cristo, nos versículos de 6 a 8.
Na introdução, além de explanar o tema que Jesus vai aprofundar seus ensinamentos, também revela para qual  público ele estava falando. Lemos no capítulo 17, anterior ao da parábola estudada, no versículo 22, que depois de explicar aos fariseus que o Reino de Deus não tem aparência visível porque está dentro de nós, Ele se volta unicamente para seus discípulos e esclarece sobre os sinais simbólicos que seriam vistos no dia do Juízo.
Os manuscritos mais antigos dos evangelhos, que são as fontes mais confiáveis dos ensinos do Mestre Jesus, foram escritos em grego Koiné, sem espaços entre as palavras , sem separação de capítulos e versículos, sem pontuação e sem acentuação das palavras. E sabendo-se que estas normas gramaticais e divisões se deram entre os séculos IX ao XIV, os maiores linguistas bíblicos defendem que existe uma continuidade entre os capítulos 17 e 18, e que esses discursos foram ditos num mesmo momento, além de defenderem a introdução da parábola como original e não uma adição posterior. Portanto, os especialistas afirmam que Cristo contou a parábola para os seus discípulos.
Já a parábola propriamente dita nos traz 2 personagens, que apesar de interagirem entre se, são símbolos totalmente opostos para a comunidade da época.
Jesus inicia a narrativa nos apresentando um juiz, símbolo de poder e autoridade dado por Deus sobre a vida da população. Muitos textos do Antigo Testamento explicam a importância, o poder e como deveriam julgar estes oficiais da Lei de Deus. No Deuteronômio 16:18-19, Moisés determina ao povo:
´´Juízes e oficiais porás em todas as tuas cidades que o SENHOR teu Deus te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com juízo de justiça. Não torcerás o juízo, não farás acepção de pessoas, nem receberás peitas; porquanto a peita cega os olhos dos sábios, e perverte as palavras dos justos.``Deuteronômio (16:18-19)
Também vemos a mesma ordenança no 2º livro de Crônicas no capítulo 19 e versículos de 6 a 7.
Mas Jesus em sua parábola conta que o Juiz de certa cidade não temia Deus e não se preocupava em seguir seus mandamentos, como também não respeitava os homens e seu código de honra e costumes, logo vemos que o personagem que Jesus monta pra sua lição era de um homem sem princípios, sem limites e sem honra, preocupado exclusivamente a atender suas próprias vontades.
O outro personagem da parábola era a viúva, símbolo dos oprimidos e desamparados na Israel do 1º século, já que a mulher era criada para se casar, ter filhos e cuidar dos afazeres da casa, sendo assim totalmente dependente do marido para sobreviver. Por isso vemos desde os textos da Torá até os dos profetas ensinamentos para proteger a viúva, como por exemplo em Êxodo:
´´ A nenhuma viúva nem órfão afligireis.   Se  de  algum modo os afligires, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor. E a minha ira se acenderá, e vos matarei à espada; e vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos  órfãos.``  
Estes ensinamentos de proteção do órfão e da viúva se repetem em vários textos:
  1. Deuteronômio 10:18, 24:27, 27:19
  2. Jó 22:9, 24:3 e 21
  3. Salmo 68:5
  4. Isaías 1:17, 10:2
Voltando a parábola, agora nós entendemos quem eram os dois opostos que Jesus nos falava.
Mas o que acontece na parábola? Jesus Cristo nos conta que a viúva procura o Juiz pedindo-lhe que fizesse justiça em sua causa contra o adversário. Mas a princípio o juiz não quis lhe fazer justiça. Mas a viúva não desanimou e passou a procurar o juiz todos os dias, insistindo-lhe sem cessar que lhe fizesse justiça. Mas o que parecia impossível, devido a sua perseverança, a viúva alcança, ela consegue fazer com que o juiz julgue sua causa e lhe faça justiça.
Nos últimos versículos(6-7-8) ; Jesus Cristo nos da a lição moral da parábola e nos deixa uma pergunta para reflexão profunda, por isso muitos teólogos consideram estes versículos como ´´crux interpretum``, em especial o versículo 7:
´´E não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam a ele, já que é longânimo para com eles?`` (Lucas 18:7)
Os teólogos discutem no versículo 7 qual é a melhor tradução para a palavra grega ``makrothumeo``(transliteração)?
Algumas traduções bíblicas como as de: João Ferreira de Almeida corrigida e revisada fiel, a nova versão internacional, sociedade britânica bíblica, versão católica, e a Bíblia de Jerusalém, traduzem como demorado, tardio, tardará, esperar.
Mas outros teólogos, entre eles Kenneth Bailey, defendem que esta tradução não faz justiça a palavra ´´makrothumeo`` e demonstram que em outros textos bíblicos, tanto do Antigo e Novo Testamento ela é melhor traduzida como paciência ou longanimidade. Vemos este emprego, por exemplo no Velho Testamento em Êxodo:
´´Tendo o Senhor passado perante Moisés, proclamou: Jeová, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se(makrothumeo) e grande em beneficência e verdade;`` (Êxodo 34:6)
Outro exemplo, agora no Novo Testamento, está na 1º carta a Timóteo, na qual o próprio Paulo afirma que Jesus afasta sua ira para com ele:
´´mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, o principal, Cristo Jesus mostrasse toda a sua longanimidade (makrothumeo), a fim de que eu servisse de exemplo aos que haviam de crer nele para a vida eterna.``(1 Timóteo 1:16)
Mas os judeus acreditavam que Deus só exercia longanimidade para com os filhos da aliança.
Mas Jesus corrige este conceito durante seu messianato pregando que Deus Pai exerce de paciência e misericórdia para com todos os seus filhos, sejam eles da mesma raça ou não, mesma classe social ou não, servo ou escravo, e diz mais o Cristo de Deus, nos orientando a agir da mesma forma que o Pai.
Vemos este ensinamento na parábola do servo imcompassivo. (Mateus 18:23-35)
Portanto, meus irmãos, esta bela parábola é uma exortação ao bom ânimo. Cristo nos estimula a orar e persistir na fé com a certeza absoluta da resposta do Pai para nossas orações e testemunho de fé inabalável. Mas muitas pessoas se interrogam como é que Deus permite tanta barbaridade acontecendo no mundo, marcado pela presença de injustiças, ganância e corrupção. Aparentemente o mal parece prevalecer sobre o bem, mas lembremo-nos irmãos, que Deus está no comando do mundo, e que se permite que o mal estenda suas garras é por que tem seus propósitos de provar nossa fé, perseverança, e confiança. E por ser a perfeita forma do amor, perdão e misericórdia também espera que os filhos desviados se arrependam de seus erros e se voltem para os caminhos do amor eterno. Pode parecer demorado, mas isto ocorre porque Jesus nos afirmou que todos que o Pai lhe deu serião salvos:
´´Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.``
(João 6:37)
Por isso que Jesus ensina que Deus é longânime para com eles, e todo o Evangelho trará, como toda boa notícia, a alegria e a esperança capaz de superar todos os empecilhos do mundo. Porque a promessa de Jesus é a plenitude da vida em comunhão com Deus, que se inicia neste mundo e se estende para a vida eterna. Desta forma Jesus sustenta e consola seus seguidores, já que as dificuldades provisórias de nossa vida mundana se perdem diante da eternidade da vida com Jesus.
Amém, meus irmãos! Para outras reflexões, convido-os para ouvir o Pod amar 3 e aguardo para receber seus comentários e contribuições. Fiquem todos sempre com Deus! PodAmar3/Aparáboladojuizeavivúva.mp3

sábado, 27 de abril de 2013

A mulher Samaritana João 4:01-42

 
 
 
 
 
 
 
E quando o Senhor entendeu que os fariseus tinham ouvido que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João
(Ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos),
Deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galiléia.
E era-lhe necessário passar por Samaria.
Foi, pois, a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó tinha dado a seu filho José.
E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta.
Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.
Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.
Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).
Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?
És tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede;
Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.
Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la.
Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá.
A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido;
Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade.
Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.
Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.
Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.
Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo.
Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo.
E nisto vieram os seus discípulos, e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe disse: Que perguntas? ou: Por que falas com ela?
Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens:
Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Porventura não é este o Cristo?
Saíram, pois, da cidade, e foram ter com ele.
E entretanto os seus discípulos lhe rogaram, dizendo: Rabi, come.
Ele, porém, lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis.
Então os discípulos diziam uns aos outros: Trouxe-lhe, porventura, alguém algo de comer?
Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.
Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa.
E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem.
Porque nisto é verdadeiro o ditado, que um é o que semeia, e outro o que ceifa.
Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho.
E muitos dos samaritanos daquela cidade creram nele, pela palavra da mulher, que testificou: Disse-me tudo quanto tenho feito.
Indo, pois, ter com ele os samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com eles; e ficou ali dois dias.
E muitos mais creram nele, por causa da sua palavra.
E diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.(João 4:1-42)
 
 
 
 
 

Se quiser ouvir o áudio do Pod Amar 2 em outro momento baixe em mp3 do link:

PodAmar2/amulhersamaritana.mp3
 
 
Nesta passagem Bíblica, vemos Cristo Jesus cumprir mais uma profecia do Antigo Testamento. Pois no Livro do Profeta Oséias vemos Deus, através da vida pessoal deste Profeta alertar as 10 tribos que formavam o reino de Israel sobre as consequências de seu desvio e idolatria.  Assim profetizou: ´´O princípio da palavra do SENHOR por meio de Oséias. Disse, pois, o SENHOR a Oséias: Vai, toma uma mulher de prostituições, e filhos de prostituição; porque a terra certamente se prostitui, desviando-se do SENHOR``.(Oséias 1:2) Mas após descrever os terríveis sofrimentos que aquela nação passaria, e isto também sucede na vida familiar do Profeta: ´´Para que eu não a despoje, ficando ela nua, e a ponha como no dia em que nasceu, e a faça como um deserto, e a torne como uma terra seca, e a mate à sede;``(Oséias 2:3)  Deus cheio de misericórdia promete que um dia restauraria novamente Israel como seu povo, da mesma maneira que o Profeta recuperaria sua família: ´´E semeá-la-ei para mim na terra, e compadecer-me-ei dela que não obteve misericórdia; e eu direi àquele que não era meu povo: Tu és meu povo; e ele dirá: Tu és meu Deus!``(Oséias 2:23).
Portanto o encontro de Jesus com a mulher samaritana, sua pregação pra ela e para os demais samaritanos representa no resgate da Samaria a crença genuína e verdadeira em Deus, tornando estes novamente o povo de Deus.
Mas vemos no início do diálogo que logo a mulher expõe a diferença entre ela e Jesus, pois ao pedir-lhe água , a mulher o questiona: ´´ Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).``(João 4:9)
Jesus fez-lhe ver, então, que o “dom” de Deus era ,mais do que judeu, mais do que samaritano, e disse a mulher: Se tu conhecesses o “dom” de Deus e quem te pede água, era tu que lhe terias pedido “água” e ele te daria, porque quem beber da “água” que eu lhe der, nunca mais terá sede.” Mas ainda assim ela não entendia, pois achava que Cristo lhe oferecia apenas um modo menos trabalhoso de obter água evitando de ter que buscar todos os dias no poço de Jacó. Mas depois de ter o Mestre afirmado que a “Fonte” jorrava para a “Vida Eterna``, e de haver revelado à samaritana fatos ocorridos em sua existência, acreditou ela se tratar de um Profeta, e por isso perguntou: Mas onde devo adorar a Deus? Nós adoramos no monte Gerazim, e vocês Judeus no Templo de Jerusalém. E ensinou-lhe Jesus que já era tempo de se adorar a Deus em ´´Espírito e Verdade``, que os verdadeiros adoradores não precisam de locais sagrados, pois estes adoram a Deus dentro de seus corações, não importando onde você esteja e quem você seja, se você realmente adorar a Deus o carregará onde for . Essa é uma lição grandiosa de Cristo, encerrando de uma vez os cultos exteriores, e colocando o verdadeiro Templo no coração das criaturas e fazendo de suas vidas e ações os frutos dessa adoração. Maravilhada pelos ensinos incomparáveis que recebera naquele momento, ensinos que nunca tivera ocasião de ouvir dos mestres samaritanos deixou o cântaro e foi imediatamente para a cidade chamar o povo para que fosse ver Aquele Homem que lhe dissera tudo o que ela tinha feito e se dizia o Messias. Chegando os discípulos, trouxeram comida pra Jesus, mas Este lhes disse: ´´Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis.`` ´´A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.``(João 4:32 e 34). Ensinava assim aos Apóstolos que toda ``água viva´´ e todo alimento eterno capaz de fortalecer o espírito provinha de Deus , do seu Amor e sua Vontade sublime, e que ele próprio o Cristo se nutria da fonte inesgotável do Pai, e que o trabalho em Sua Obra, poderia fortalecer qualquer um que verdadeiramente cresse, não importando apenas saber e divulgar os desígnios de Deus, sem o esforço renovador no cumprimento de suas Santas Determinações. E continuou estimulando seus seguidores a olharem sempre para adiante no horizonte e para o alto, pois de nada valeria lamentações sobre erros passados, porque estes serão superados com a perseverança nos trabalhos futuros, mas também ensinou que os frutos colhidos de todo trabalho em nome de Deus iniciaram anteriormente com colaboradores anteriores que muitas vezes começaram preparando os terrenos mais inférteis, retirando as pedras e espinhos, arando a terra com sacrifícios de uma vida inteira, para os novos no trabalhos poderem colher. Todos tem seu galardão, disse Jesus. E assim os Apóstolos em 2 dias que permaneceram na Samaria com o Cristo viram a conversão de muitos samaritanos, que tiveram a terra seca de seus corações inundados pela água viva do Amor de Deus, que renovou-lhes a fé, cumprindo assim o plano de Deus de resgatar o reino de Israel de sua idolatria através do trabalho árduo iniciado pelo Profeta Oséias e naquela ocasião terminado. Amém!




quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A cura de um paralítico em Cafarnaum. Mateus 9:1-8 Marcos 2:1-12 Lucas 5:17-26


 
 
 
 
 


E alguns dias depois entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que estava em casa.
E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta cabiam; e anunciava-lhes a palavra.
E vieram ter com ele conduzindo um paralítico, trazido por quatro.
E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava, e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico.
E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados.
E estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seus corações, dizendo:
Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?
E Jesus, conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vossos corações?
Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados; ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda?
Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico),
A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.
E levantou-se e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos.
(Marcos 2:1-12)




Para comemorarmos 1º ano do blog, estamos disponibilizando em Podcast o presente estudo e reflexâo sobre os ensinos, milagres , parábolas e a vida do nosso Salvador Cristo Jesus. Com a finalidade de facilitar o estudo para as pessoas que tem dificuldade de leitura, algumas das nossas reflexões sobre a Boa Nova serão gravados em áudio. Desculpem-me a qualidade desta nossa primeira postagem, estamos nos instrumentalizando para oferecer uma melhor qualidade de som nas futuras postagens! Mesmo com todas as dificuldades estamos felizes por poder lançar o POD AMAR , o podcast que fala de Jesus! Um grande abraço a todos!








Mais uma linda passagem da vida de Jesus, onde o Mestre dos mestres além de fazer um milagre, uma cura maravilhosa, que até mesmo hoje nossa ciência médica não tem condições de explicar, nos dá também o Cristo um lição inesquecível sobre perdão e misericórdia de Deus.
Os fariseus e mestres da lei de Israel eram acostumados a pregar, ensinar e ler das Sagradas Escrituras que Deus era vingativo, punitivo e muito Severo, e por isso chamado de Senhor dos exércitos, mas Cristo Jesus nos apresenta um Criador do universo como fonte inesgotável de amor, perdão e misericórdia, por isso nos ensinou a chamá-lo de Pai. Mas a cultura daqueles homens estavam preocupada em realizar holocaustos, cumprir rituais, e não perdoar e se reconciliar com  os irmãos principalmente os advesários, por isso para eles pareceu blasfêmia sobre a lei de Deus, quando Jesus reestabelece o ânimo do doente dizendo-lhe que os pecados foram perdoados, mostrando um Pai cheio de misericórdia e amor, pronto para receber qualquer filho. Mas com esta doutrina que só Deus pode perdoar, muitos irmãos carregam por muito tempo sentimentos de mágoa, rancor, e ódio por até uma vida inteira, o que quase sempre vai minando a saúde física e psíquica levando a diversas doenças e paralisia espiritual. Mas como nosso Cristo conhecia os corações daqueles homens, questionou-lhes: Que é mais fácil? Dizer ao paralítico, estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te toma teu leito e anda? Mostrou assim o Mestre a hipocrisia que se escondia naqueles corações. Porque se Ele tivesse simplesmente curado o doente, os farizeus de nada se escandalizariam, e até glorificariam a Deus e Jesus, mas como a postura de Cristo era de tirar o peso que o homem e sua família carregava, já que ser doente, aleijado, cego ou leproso naquela sociedade era motivo de vergonha, de desonra e impureza.
Por isso, meus irmãos em Cristo, reflitamos com os preciosos ensinamentos que Deus nos deu pelo seu Filho Primogênito, não esperemos pra buscar a Deus só pra ver sinais e milagres, não sejamos aqueles que não querem fazer o trabalho que Deus nos confiou, preferindo soluções fáceis e que Deus faça tudo.
Para maiores reflexões convidamos para ouvirem o áudio, e comentarem sobre a nova proposta de postagem em áudio, grande abraço a todos e fiquem sempre com Deus! Amém!


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Ol` Man River Autor: Jerome Kern - Oscar Hammerstein Intérprete: Paul Robeson







Dare's an ol' man cal'd de Mississipi
Dat's de ol' man dat I'd lek to be
Whot does he care
iv de world gets trauble
Whot does he care iv de land lev's free.

Ol' man river,
Dat ol' man river
He mus'know sumpin'
But don't say nuthin',
He jes'keeps rollin'
He keeps on rollin' along.

He don' plant taters,
He don't plant cotton,
An' dem dat plants'em
is soon forgotten,
But ol'man river,
He jes keeps rollin'along.

You an'me, we sweat an' strain,
Body all achin' an' racket wid pain,
Tote dat barge!
Lif' dat bale!
You gits a little drunk
An' you lands in jail.

Ah gits weary
An' sick of tryin'
Ah'm tired of livin'
An' skeered of dyin',
But ol' man river,
He jes'keeps rolling' along.

[Colored folks work on de Mississippi,
Colored folks work while de white folks play,
Pullin' dose boats from de dawn to sunset,
Gittin' no rest till de judgement day.

Don't look up
An' don't look down,
You don' dast make
De white boss frown.
Bend your knees
An'bow your head,
An' pull date rope
Until you' dead.)

Let me go 'way from the Mississippi,
Let me go 'way from de white man boss;
Show me dat stream called de river Jordan,
Dat's de ol' stream dat I long to cross.

O' man river,
Dat ol' man river,
He mus'know sumpin'
But don't say nuthin'
He jes' keeps rollin'
He keeps on rollin' along.

(Long ol' river forever keeps rollin' on...)

He don' plant tater,
He don' plant cotton,
An' dem dat plants 'em
Is soon forgotten,
but ol' man river,
He jes' keeps rollin' along.

(Long ol' river keeps hearing dat song).

You an' me, we sweat an' strain,
Body all achin an' racked wid pain.
Tote dat barge!
Lif' dat bale!
Git a little drunk
An' you land in jail.

Ah, gits weary
An' sick of tryin'
Ah'm tired of livin'
An' skeered of dyin',
But ol' man river,
He jes'keeps rollin' along!





 
Ol' Man River é uma canção escrita por Oscar Hammerstein II, com música de Jerome Kern, datada de 1927. É o tema do musical "Show Boat (1936)" (Barco das Ilusões), que fala da triste história e da luta dos trabalhadores afro-americanos, do ponto de vista de um estivador negro, personificando o Rio Mississipi que corre incessantemente, chamando-o de Ol' Man River, ou seja, um rio antigo e experiente. Muitos músicos, grupos e cantores regravaram essa canção, como Bing Crosby, Frank Sinatra, Ray Charles, Ruth Brown et Art Pepper (Winter Moon, 1980). É considerada um clássico da canção Norte-Americana.
 
 
 
Este clássico da música negra americana narra a comovente vida dos trabalhadores negros das docas do rio Mississipi, que explorados pelos brancos, trabalhavam dia e noite sem direito a folgas e diversões, pois muitos que iam a bares, terminavam presos só por serem negros. Mas apesar das dores do corpo, das doenças, do cansaço da vida e medo da morte, esses trabalhadores tinham uma esperança, pois sabiam que mesmo o Mississipi sendo um ´´velho`` rio, e que deveria saber muitas coisas e que muitas vidas por ele já passaram e ele continua correndo sem nada revelar, existe um rio mais antigo e mais sábio chamado de rio Jordão. E que muito longe dos patrões brancos em terras distantes, na terra que o rio Jordão cortou surgiu uma esperança que lhes animava o coração. Apesar de não estar escrito na letra da música entendemos que esta força e esperança que os consolava era Jesus.